O terno de reis não era tão terno assim, era forte, como as batidas dos bumbas e os toques dos pandeiros, forte, como as pisadas no chão de terra batida que levanta poeira, forte, como as palmas das mulheres que rodam as saias acompanhando as gaitas, fortes.
O terno era samba, é samba de reis que chama. É a chama acesa das luzes das casas que recebem os foliões, e arrastam os móveis, para que se possam sambar nos meios das salas e dos terreiros até o dia raiar. É samba de gente que em versos repetem a realidade vivida de dias duros nas lidas ou dias de festas com muita comida e bebida. É samba, não é terno, mas tem ternura, amor pela belezura, de se ver todos tomados pelo poder dos sambas, que comovem todos os presentes que ali dançam, cantam e sambam.